quinta-feira, 24 de abril de 2014

Surto de Ebolavírus no continente africano

Por Gustavo Kerntopf

Em 23 de março deste ano, o Ministério da Saúde da República da Guiné (Guiné-Conacri) notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre um surto de rápida evolução do Ebolavírus (EBOV) em áreas florestais do sudeste do país. Reportava a um total de 49 casos, contendo 29 óbitos, ou seja, uma taxa de letalidade de aproximadamente 59%. Após 15 dias "o vírus resolveu atravessar a fronteira" de Guiné-Conacri e manifestou na Libéria. Resultado, no último relatório da OMS, dia 22.04, consta 230 casos suspeitos ou confirmados resultando em 142 vítimas fatais, das quais 129 eram da Guiné e 13 da Libéria. Por tanto, uma taxa de letalidade de aproximadamente 62%.

Será que devemos nos preocupar com estes dados do EBOV? Antes de responder a questão cabe algumas considerações sobre este agente infeccioso.
Imagem 1: Ilustração da partícula de Ebolavírus, representação de proteínas e genoma viral.
(Fonte: Portal ViralZone: Ebolavírus <http://viralzone.expasy.org/all_by_species/207.html>)
O EBOV apareceu pela primeira vez no ano de 1976, simultaneamente em dois focos, Nzara no Sudão e Yambuku na República Democrática do Congo - RDC. O nome da doença deu-se devido às infecções que ocorreram em uma aldeia situada perto do rio Ebola na RDC.


Trata-se de um vírus filamentoso de 970nm comprimento por 80nm de diâmetro. Caracteriza-se por apresentar genoma de RNA linear fita-negativa que, com tamanho entre 18-19 kb, codifica sete proteínas.


Sua origem é desconhecida, mas, acredita-se que a partícula foi introduzido para a população humana por meio de contato direto com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados. Na África, a infecção foi documentada através da manipulação de chimpanzés infectados, gorilas, morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados doentes ou mortos ou na floresta.


A detecção do EBOV pode ser revelada por laboratórios através de vários tipos de ensaios: 
- Ensaio imunoenzimático de captura de anticorpos (ELISA); 
- Testes de detecção de antígeno; 
- Teste de soroneutralização; 
- Transcrição reversa da reação em cadeia da polimerase (RT-PCR); 
- Microscopia eletrônica; 
- Isolamento de vírus em cultura celular. 


O período de incubação, ou o intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sintomas, é de 2 a 21 dias. O paciente torna-se contagiosa, uma vez que começam a mostrar sintomas. Eles não são contagiosos, durante o período de incubação, desde que não haja troca de fluídos.

Os principais sintomas que os pacientes apresentam são a febre repentina, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e dor de garganta. Esses sintomas são seguidos por vômito, diarreia, erupções na pele, redução das funções dos rins e fígado e sangramento interno e externo intensos. Parece tenso!!!


Portanto, para responder a questão anterior indico três pontos para nos preocuparmos com EBOV:
  • 1ª. As formas mais graves da doença apresentam uma taxa de mortalidade de 90%;
  • 2ª. Não existe vacina, cura, nem tratamentos eficazes contra o vírus;
  • 3ª. A morte surge de 1 dia a duas semanas após o inicio dos sintomas.
E conforme Edward Alvar Murphy Jr. (1918-1990) já dizia "nada está tão ruim que não possa piorar". Sendo assim, parece que piorou! De acordo de Baize et al. (2014), a análise filogenética das sequências total do genoma estabelece um clado separado para as cepas de EBOV-Guiné no relacionamento de parentesco com outras cepas EBOV conhecidas.

Além disso e ainda de acordo com Baize, o quadro clínico dos pacientes nos casos iniciais era predominantemente febre, vômito e diarreia grave. Até ai tudo bem, mas, o que surpreendeu está no fato de que a hemorragia típica da virose não foi documentado para a maioria dos pacientes com doença confirmada na altura da amostragem, porém pode ter desenvolvido durante o curso posterior da doença.

Então vamos nos preocupar!!!

Em um mundo globalizado e com uma Copa do Mundo chegando, o EBOV pode fazer uma viagem de luxo e parar aqui no Brasil, precisamente no estádio do Maracanã para acompanhar "a partida final". É possível?! Analisando geograficamente os países africanos que jogarão temos: a Costa do Marfim que faz fronteira com Guiné e Libéria; Gana que faz fronteira com Costa do Marfim; Nigéria e Camarões que já tiveram incidência da doença e; Argélia não preocuparia tanto. Dessa forma, vamos torcer para que nenhuma seleção africana fique para o final da Copa, do contrário fica a imagem de onde você não deve estar.


Brincadeiras à parte, logicamente, a OMS está tomando as devidas providência para que não haja disseminação da doença a ponto de se tornar uma pandemia. Contudo, para combatê-la será necessário, aproximadamente, 9 milhões de reais e um tempo previsto de um semestre para estabelecer o surto.

Por fim, com base nos dados do Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), segue abaixo nossa versão atualizada da taxonomia do Ebolavirus para toda comunidade científica:

Ordem: Mononegavirales
Familia: Filoviridae
Gênero: Ebolavirus
Espécie:
     Bundibugyo ebolavirus
     Guine ebolavirus
     Reston ebolavirus
     Sudan ebolavirus
     Tai Forest ebolavirus
     Zaire ebolavirus

____________________________________________________________________
REFERÊNCIAS:
BAIZE, S. et al. Emergence of Zaire Ebola Virus Disease in Guinea - Preliminary Report. The New England Journal of Medicine, Hamburg, 16 de abril, 2014.
WHO <http://www.who.int/csr/disease/ebola/en/>

terça-feira, 22 de abril de 2014

Vamos brincar de Índio?

Por Eduardo Silveira


Sempre me incomodou a maneira como se fazem, principalmente no contexto escolar, as comemorações relativas ao dia do Índio. Na grande maioria das vezes o que se vê são atividades estereotipadas. Crianças vestidas de índio, cocares de papel, mãos na boca em um "úúúúúú" vazio de sentido e reflexão, mas... 

O que de fato significa a comemoração do dia do Índio? Talvez a expressão máxima de um genocídio que segue acontecendo? Com populações inteiras sendo dizimadas (como foram historicamente!) cruelmente?  Ou a maneira torta e equivocada que se encontrou para tentar reverter um fato histórico digno de vergonha e desprezo?

Dia do Índio. O equívoco já começa por aí, pois índio é um termo proveniente do engano dos primeiros colonizadores que pensavam ter chegado às Índias... Depois pela maneira genérica como vemos os povos indígenas. Como um grande grupo único e desprovido de peculiaridades. Outro equívoco, já que ainda hoje, o que se conta no Brasil são 241 povos indígenas com 150 diferentes línguas, costumes e crenças. Dessa forma, talvez a primeira coisa que precisemos fazer seja conhecer melhor essa realidade "tão longínqua" para evitar seguir em posicionamentos estereotipados e opressivos em relação à essas culturas riquíssimas que seguem em uma resistência louvável na tentativa de manter vivas sua história e passado. Assim, compartilho três materiais que são muito interessantes para pensar!
São dois vídeos do festival do minuto de 2012 e um dossiê especial desenvolvido pela ONG Instituto Socioambiental (SP), em comemoração à semana do Índio.


Vídeo 1: Cerrado Intempestivo
Vídeo 2: Dia do Índio
Dossiê Especial ISA: Semana do Índio



domingo, 13 de abril de 2014

A vagina artificial

Por Eduardo Silveira

Como muito bem publicou o Marcelo, os peixes palhaços podem mudar de sexo através da protandria. Nós, seres humanos ainda não podemos fazer isso biologicamente de forma natural. Embora já existam cirurgias para mudança de sexo que permitem à uma pessoa reconstruir seu órgão genital, essa pessoa ainda não pode ter uma vida fértil e gerar um filho. 

Porém, o que cientistas norte-americanos conseguiram fazer é um avanço inegável para a medicina reconstrutiva. Eles conseguiram implantar vaginas criadas em laboratório em quatro mulheres!

Através de uma tecnologia pioneira, os médicos  retiraram amostras de tecido das mulheres e construiram a parte implantada em laboratório a partir de um molde biodegradável. Depois do implante, as pacientes relataram níveis normais de "desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação", além de não terem relatado dor durante a relação.


O tecido artificial foi implantando em pacientes que sofriam de má formação dos órgãos genitais. A formação incompleta se dá, geralmente, ainda durante a gestação, o que pode acarretar outros problemas na vida adulta dessas mulheres, como anormalidades em órgãos reprodutivos. Duas das pacientes, por exemplo, tinham as vaginas conectadas ao útero.


Agora, depois do implante, elas relatam vida sexual normal. Ainda não ocorreram casos de gravidez, mas em teoria isto é possível.

Molde em 3D criado a partir de imagens tridimensionais da região pélvica
das pacientes.


Procedimentos

O primeiro implante ocorreu há oito anos. A região pélvica das jovens foi escaneada e as imagens foram usadas para criar um molde em 3D para cada paciente.


Uma pequena amostra de tecido retirada da vulva de cada uma, que não tinha se desenvolvido normalmente, foi então cultivada para a criação de novas células em laboratório.


Células musculares foram implantadas do lado de fora do molde e células da parte interna da vagina na parte de dentro. Os moldes com as células foram mantidos em um reator biológico para alcançar o tamanho desejado e, depois, implantados cirurgicamente em cada uma das pacientes.

Enquanto os médicos americanos relatavam o sucesso do implante de vaginas criadas em laboratórios, pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, usaram uma técnica parecida para reconstruir o nariz em vários pacientes que sofriam de câncer de pele.


O implante poderá substituir as cartilagens retiradas das costelas ou das orelhas para reconstruir o dano causado ao tecido depois da retirada de um câncer.

Adaptado da BBC

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O peixe-palhaço e sua mudança de sexo

Fonte: Wikimedia commons

Sim, o peixinho bonitinho da animação Procurando Nemo é capaz de mudar de sexo. Estes habitantes dos oceanos Índico e Pacífico vivem a maior parte do tempo entre os tentáculos de anêmonas. Eles utilizam os tentáculos do cnidário como abrigo, pois são imunes as suas células urticantes. Os peixes do gênero Amphiprion formam casais estáveis, o indivíduo maior e dominante é a fêmea e o menor e segundo dominante é o macho, qualquer outro peixe-palhaço que habite a mesma anêmona se manterá em estágio juvenil e imaturo sexualmente. Se a fêmea dominante morrer, o macho se transformará em fêmea e um indivíduo juvenil se transformará em macho maduro. Desta forma, os peixes-palhaços se desenvolvem inicialmente como machos e ao longo da vida podem se transformar em fêmeas, um fenômeno conhecido como protandria. Agora, não é difícil imaginar o que aconteceria com os personagens Marlim e Nemo após a fêmea dominante ter sido devorada por uma enorme barracuda. 

Autor: Marcelo Rennó Braga







quinta-feira, 20 de março de 2014

Mosquitos geneticamente modificados combatem a dengue no Brasil




Cientistas no Brasil acreditam que a sua experiência envolvendo a liberação de milhões de mosquitos geneticamente modificados na natureza para reduzir o impacto da dengue está funcionando.
Mais de um ano atrás, os pesquisadores começaram a liberar mais de 10 milhões de mosquitos Aedes aegypti masculinos, portadores do vírus da gripe, em Juazeiro, uma cidade de 288 mil pessoas.

Em um seminário realizado recentemente no Rio de Janeiro, Aldo Malavasi, coordenador do projeto, disse que os resultados foram positivos.

"A partir de amostras coletadas em campo, 85% dos ovos eram transgênicos, o que significa que os machos libertados estão substituindo a população selvagem. Isto [deve resultar] na diminuição de mosquitos Aedes aegypti, e na diminuição da transmissão da dengue", disse Malavasi.

Malavasi também é o presidente da Moscamed, uma empresa brasileira que produziu os insetos geneticamente alterados. Os mosquitos, desenvolvidos originalmente pela empresa britânica Oxitec, carregam um gene que faz com que seus descendentes morram antes de atingir a idade adulta.

Embora experimentos semelhantes tenham sido realizados na Malásia e nas Ilhas Cayman, acredita-se que a soltura realizada no Brasil seja a maior de seu tipo até o momento.

"Nós desenvolvemos a tecnologia para criar eficientemente os insetos transgênicos aqui  no [Brasil], por isso não será necessário comprá-los da Inglaterra, no futuro, reduzindo custos", disse Malavasi, de acordo com a SciDev.net.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança brasileira aprovou o método, e uma pesquisa conduzida em Juazeiro por Malavasi e sua equipe revelou que 90% dos residentes é a favor do experimento.

"Eles estavam preocupados quando viram tantos mosquitos [sendo lançados], mas nós trabalhamos de perto com eles para explicar o experimento", Margareth Capurro, bióloga da Universidade de São Paulo, disse, a Nature.com.

Eu, particularmente, fico em dúvidas sobre ser correto ou não. Claro, o benefício é grande, para o ser humano. O que me preocupa é esse pensamento humano de que tudo no planeta precisa acontecer em seu benefício. Agora podemos decidir se uma espécie deve ou não ser extinta, se um animal "a girafa Marius" serve não a nossos propósitos e por isso deve ou não viver. Inclusive nos achamos no direito de intervir num processo contínuo da natureza, a Seleção Natural. Será que temos o direito? O que você acha?


Helen Silvestre

terça-feira, 11 de março de 2014

Vida: um produto globalizado



 Por Eduardo Silveira

Querida mamãe,

Hoje é dia das mães, mas eu não posso abraçar você porque eu não te conheço.  Tudo bem, eu não estou triste. Eu tenho dois papais que me amam muito, mas às vezes eu tenho curiosidade de saber quem é você ou.... Quem são vocês? Eu já sei que também tenho duas mamães. Uma delas vendeu seu óvulo para que meus papais pudessem ter um filho (eu no caso) e depois eu também sei que passei nove meses na barriga de outra mamãe que me gerou. Eu sei de tudo isso. Eu entendo. Mas eu nunca pude sentir o carinho de vocês e nem olhar nos seus olhos. Será que você, mamãe que vendeu o óvulo, também faz essa covinha na bochecha quando sorri? E você, mamãe que me gerou, será que cantava pra mim quando eu estava na sua barriga e é por isso que hoje eu gosto tanto de música?
Onde vocês estiverem, saibam que eu queria muito conhecer vocês.

Um abraço com carinho.

Pedrinho.



Essa carta é fictícia, mas ela traz uma realidade no mínimo instigante: as novas possibilidades que as técnicas de reprodução assistida atuais, vinculadas à falta de definições éticas precisas, trazem para a sociedade.
Notícia sobre o nascimento de Louise Brown,
primeiro bebê de proveta do mundo.

As técnicas de reprodução assistida foram utilizadas pela primeira vez em 1978 e possibilitaram o nascimento do primeiro bebê de proveta (Louise Brown na Inglaterra). Desde então, as técnicas se aprimoraram assim como a maneira pela qual elas vêm sendo utilizadas. Se inicialmente o advento da reprodução assistida permitiu que casais com problemas de fertilidade pudessem realizar o sonho de ter um filho, hoje pessoas já podem utilizar os gametas e o corpo de outras para ter um filho. Esse desenvolvimento técnico, associado ao avanço das fronteiras sociais, permite que grupos minoritários, como por exemplo, casais de homossexuais ou solteiros já possam ter um filho biológico “seu”. 


Procedimento de ICSI (Injeção intracitoplasmática de
espermatozoide). Uma das técnicas mais avançadas de
fertilização in vitro. Nela, um espermatozoide é injetado
com auxílio de uma micro seringa diretamente no óvulo
de uma mulher. (Foto: infert.com.br)

Porém, ao lado dessas maravilhosas possibilidades que possibilitam a maternidade a casais que antigamente nunca poderiam sonhar em ter um filho biológico, surgem novas e delicadas questões que precisam ser também discutidas. 

Abaixo trago algumas delas:
Hoje em dia é possível um casal gay do Brasil, contratar uma empresa americana (um exemplo é a empresa Planet Hospital - Companhia de Turismo Médico), para utilizar o óvulo de uma mulher espanhola e gestar a criança no útero de uma mulher indiana. Tudo isso claro, se o casal puder arcar com os custos do procedimento. Nesse caso, ele pode ver um catálogo com fotos das “doadoras” do gameta e escolher a que mais lhes pareça interessante.
Mulheres indianas que alugam seus úteros e durante a
gestação vivem em pensões e são sustentadas pelos
futuros pais dos filhos que geram. (foto: BBC)
Toda essa prática está ligada a questões extremamente discutíveis como: o mercado de gametas (nos Estados Unidos anúncios chegam a oferecer U$S 5 mil pelos gametas de mulheres bonitas e inteligentes), a doação de útero (em alguns casos os úteros são de mulheres que vivem em situação de extrema pobreza em países como Índia e aceitam gestar uma criança pela retribuição monetária) e a escolha de características do filho (como sexo e fenótipos específicos – cabelos loiros, olhos verdes, etc), entre outras. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina publicou em 2013 uma resolução normatizadora para os procedimentos de reprodução assistida feitos aqui. 


Toda essa discussão levanta questões éticas extremamente pertinentes: até onde temos o direito de intervir na bela e precisa história da natureza? Embora tenhamos condições técnico-científicas cada vez maiores, por onde devemos orientá-las? Seria na lógica capitalista que rapidamente torna tudo um produto atrelado ao modelo do lucro? Vale lembrar que a ciência sem uma orientação sensata e coerente corre o grande risco de sozinha, perder-se nas teias do egocentrismo e ambição humanas...

Não estamos deixando de levar em conta questões importantíssimas que são mais delicadas e sutis e podem se refletir, por exemplo, nas angústias infantis de crianças não tão fictícias como o Pedrinho?






quinta-feira, 6 de março de 2014

Deu branco: o albinismo no reino animal

É possível observar milhares de padrões de cores diferentes no reino animal. Na maioria das vezes esses padrões são atribuídos a uma proteína chamada melanina (a mesma que origina diferentes tons de pele na espécie humana). Entretanto, dentro de um grupo de animais que apresentam coloração, podem existir indivíduos que são completamente brancos. Nesses casos, estamos falando de uma condição genética denominada de albinismo, que é caracterizada pela falta parcial ou total de melanina na pele, olhos e pelos. Muitas vezes relacionamos o albinismo apenas a espécies humana. Mas, há casos de albinismo em todo o reino animal. Isso quer dizer que existem cobras, tartarugas, pavões, leões, tigres e jacarés albinos. Os exemplos são intermináveis.


A pergunta que fica é, se os casos de albinismos são tão frequentes, será que ausência de pigmentação irá influenciar na chance de sobrevivência do animal?

A resposta é sim, animais albinos terão menores chances de sobreviver no ambiente natural. Em primeiro lugar porque terão chances maiores de desenvolverem doenças de pele, principalmente o câncer. Além disso, a falta de melanina nos olhos acarreta problemas de visão ao longo da vida do animal. Lembre-se que um animal que não enxerga direito é um animal que tem dificuldade para se alimentar, que não encontra abrigo e que não foge bem de predador. E, por fim, os animais albinos se destacam com facilidade, tornando-se mais visíveis aos predadores.

Quando nascem em zoológicos, os animais albinos são ensinados desde cedo a se protegerem do sol e são acompanhados em relação a alimentação e problemas de visão e de pele, por isso, apresentam chances maiores de sobrevivência.

Fonte da imagem: http://500px.com/photo/7138237