domingo, 13 de abril de 2014

A vagina artificial

Por Eduardo Silveira

Como muito bem publicou o Marcelo, os peixes palhaços podem mudar de sexo através da protandria. Nós, seres humanos ainda não podemos fazer isso biologicamente de forma natural. Embora já existam cirurgias para mudança de sexo que permitem à uma pessoa reconstruir seu órgão genital, essa pessoa ainda não pode ter uma vida fértil e gerar um filho. 

Porém, o que cientistas norte-americanos conseguiram fazer é um avanço inegável para a medicina reconstrutiva. Eles conseguiram implantar vaginas criadas em laboratório em quatro mulheres!

Através de uma tecnologia pioneira, os médicos  retiraram amostras de tecido das mulheres e construiram a parte implantada em laboratório a partir de um molde biodegradável. Depois do implante, as pacientes relataram níveis normais de "desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação", além de não terem relatado dor durante a relação.


O tecido artificial foi implantando em pacientes que sofriam de má formação dos órgãos genitais. A formação incompleta se dá, geralmente, ainda durante a gestação, o que pode acarretar outros problemas na vida adulta dessas mulheres, como anormalidades em órgãos reprodutivos. Duas das pacientes, por exemplo, tinham as vaginas conectadas ao útero.


Agora, depois do implante, elas relatam vida sexual normal. Ainda não ocorreram casos de gravidez, mas em teoria isto é possível.

Molde em 3D criado a partir de imagens tridimensionais da região pélvica
das pacientes.


Procedimentos

O primeiro implante ocorreu há oito anos. A região pélvica das jovens foi escaneada e as imagens foram usadas para criar um molde em 3D para cada paciente.


Uma pequena amostra de tecido retirada da vulva de cada uma, que não tinha se desenvolvido normalmente, foi então cultivada para a criação de novas células em laboratório.


Células musculares foram implantadas do lado de fora do molde e células da parte interna da vagina na parte de dentro. Os moldes com as células foram mantidos em um reator biológico para alcançar o tamanho desejado e, depois, implantados cirurgicamente em cada uma das pacientes.

Enquanto os médicos americanos relatavam o sucesso do implante de vaginas criadas em laboratórios, pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, usaram uma técnica parecida para reconstruir o nariz em vários pacientes que sofriam de câncer de pele.


O implante poderá substituir as cartilagens retiradas das costelas ou das orelhas para reconstruir o dano causado ao tecido depois da retirada de um câncer.

Adaptado da BBC

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