Cientistas no Brasil
acreditam que a sua experiência envolvendo a liberação de milhões de mosquitos
geneticamente modificados na natureza para reduzir o impacto da dengue está
funcionando.
Mais de um ano atrás,
os pesquisadores começaram a liberar mais de 10 milhões de mosquitos Aedes aegypti masculinos, portadores do
vírus da gripe, em Juazeiro, uma cidade de 288 mil pessoas.
Em um seminário
realizado recentemente no Rio de Janeiro, Aldo Malavasi, coordenador do projeto,
disse que os resultados foram positivos.
"A partir de
amostras coletadas em campo, 85% dos ovos eram transgênicos, o que
significa que os machos libertados estão substituindo a população selvagem.
Isto [deve resultar] na diminuição de mosquitos Aedes aegypti, e na diminuição da transmissão da dengue",
disse Malavasi.
Malavasi também é o
presidente da Moscamed, uma empresa brasileira que produziu os insetos geneticamente
alterados. Os mosquitos, desenvolvidos originalmente pela empresa britânica
Oxitec, carregam um gene que faz com que seus descendentes morram antes de
atingir a idade adulta.
Embora experimentos
semelhantes tenham sido realizados na Malásia e nas Ilhas Cayman, acredita-se
que a soltura realizada no Brasil seja a maior de seu tipo até o momento.
"Nós
desenvolvemos a tecnologia para criar eficientemente os insetos transgênicos
aqui no [Brasil], por isso não será
necessário comprá-los da Inglaterra, no futuro, reduzindo custos", disse
Malavasi, de acordo com a SciDev.net.
A Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança brasileira aprovou o método, e uma pesquisa conduzida
em Juazeiro por Malavasi e sua equipe revelou que 90% dos residentes é a favor
do experimento.
"Eles estavam
preocupados quando viram tantos mosquitos [sendo lançados], mas nós trabalhamos
de perto com eles para explicar o experimento", Margareth Capurro, bióloga
da Universidade de São Paulo, disse, a Nature.com.
Eu, particularmente,
fico em dúvidas sobre ser correto ou não. Claro, o benefício é grande, para o
ser humano. O que me preocupa é esse pensamento humano de que tudo no planeta
precisa acontecer em seu benefício. Agora podemos decidir se uma espécie deve
ou não ser extinta, se um animal "a girafa Marius" serve não a nossos
propósitos e por isso deve ou não viver. Inclusive nos achamos no direito de
intervir num processo contínuo da natureza, a Seleção Natural. Será que temos o
direito? O que você acha?
Helen Silvestre
Simplesmente incrível! A cada dia me surpreendo com a "estupidez" humana.
ResponderExcluirA falta de consciência ambiental de uma população (humana) está auxiliando na exterminação de outra, neste caso o Aedes aegypti. A competição é injusta, pois a (bio)tecnologia da consciência humana se sobressai frente aos outros moradores da biosfera. O transtorno do pânico deveria rondar a cada um, haja vista que, a natureza nos compensará com sua reação, na mesma intensidade! É uma lei universal que me preocupa.
Desde o advento da industrialização, no século XVIII, novos processos produtivos foram descobertos, objetivando maiores quantidades e melhor qualidade dos produtos, sempre visando maiores lucros. O biotecnologia também apodera-se deste mecanismo valioso ($$$)!
O ser humano esqueceu-se que, a partir da sua fixação à terra, os indivíduos utilizam os recursos naturais de acordo com as suas necessidades de subsistência. Por tanto, a utilização dos recursos com parcimônia e a preservação do contexto natural são os melhores remédios.
Pesquisadores, cientistas, sociedade civil organizada, família, religiões, político, cada uma de nós deveríamos contribuir para o desenvolvimento ambiental, adotando posturas equilibradas, beneficiando o mutualismo entre as espécies.
Por fim cabe a pergunta: quando a soberba humana extinguir-se-á? Com a extinção de sua espécie.
Até concordo com a falta de consciência ambiental de nossa população, porem por outro lado se trata da saúde de cada um de nós.
ResponderExcluirÉ claro que outras populações no caso as dos mosquitos merecem viver, mas consequentemente não prejudicando outras populações.