quinta-feira, 20 de março de 2014

Mosquitos geneticamente modificados combatem a dengue no Brasil




Cientistas no Brasil acreditam que a sua experiência envolvendo a liberação de milhões de mosquitos geneticamente modificados na natureza para reduzir o impacto da dengue está funcionando.
Mais de um ano atrás, os pesquisadores começaram a liberar mais de 10 milhões de mosquitos Aedes aegypti masculinos, portadores do vírus da gripe, em Juazeiro, uma cidade de 288 mil pessoas.

Em um seminário realizado recentemente no Rio de Janeiro, Aldo Malavasi, coordenador do projeto, disse que os resultados foram positivos.

"A partir de amostras coletadas em campo, 85% dos ovos eram transgênicos, o que significa que os machos libertados estão substituindo a população selvagem. Isto [deve resultar] na diminuição de mosquitos Aedes aegypti, e na diminuição da transmissão da dengue", disse Malavasi.

Malavasi também é o presidente da Moscamed, uma empresa brasileira que produziu os insetos geneticamente alterados. Os mosquitos, desenvolvidos originalmente pela empresa britânica Oxitec, carregam um gene que faz com que seus descendentes morram antes de atingir a idade adulta.

Embora experimentos semelhantes tenham sido realizados na Malásia e nas Ilhas Cayman, acredita-se que a soltura realizada no Brasil seja a maior de seu tipo até o momento.

"Nós desenvolvemos a tecnologia para criar eficientemente os insetos transgênicos aqui  no [Brasil], por isso não será necessário comprá-los da Inglaterra, no futuro, reduzindo custos", disse Malavasi, de acordo com a SciDev.net.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança brasileira aprovou o método, e uma pesquisa conduzida em Juazeiro por Malavasi e sua equipe revelou que 90% dos residentes é a favor do experimento.

"Eles estavam preocupados quando viram tantos mosquitos [sendo lançados], mas nós trabalhamos de perto com eles para explicar o experimento", Margareth Capurro, bióloga da Universidade de São Paulo, disse, a Nature.com.

Eu, particularmente, fico em dúvidas sobre ser correto ou não. Claro, o benefício é grande, para o ser humano. O que me preocupa é esse pensamento humano de que tudo no planeta precisa acontecer em seu benefício. Agora podemos decidir se uma espécie deve ou não ser extinta, se um animal "a girafa Marius" serve não a nossos propósitos e por isso deve ou não viver. Inclusive nos achamos no direito de intervir num processo contínuo da natureza, a Seleção Natural. Será que temos o direito? O que você acha?


Helen Silvestre

2 comentários:

  1. Simplesmente incrível! A cada dia me surpreendo com a "estupidez" humana.
    A falta de consciência ambiental de uma população (humana) está auxiliando na exterminação de outra, neste caso o Aedes aegypti. A competição é injusta, pois a (bio)tecnologia da consciência humana se sobressai frente aos outros moradores da biosfera. O transtorno do pânico deveria rondar a cada um, haja vista que, a natureza nos compensará com sua reação, na mesma intensidade! É uma lei universal que me preocupa.
    Desde o advento da industrialização, no século XVIII, novos processos produtivos foram descobertos, objetivando maiores quantidades e melhor qualidade dos produtos, sempre visando maiores lucros. O biotecnologia também apodera-se deste mecanismo valioso ($$$)!
    O ser humano esqueceu-se que, a partir da sua fixação à terra, os indivíduos utilizam os recursos naturais de acordo com as suas necessidades de subsistência. Por tanto, a utilização dos recursos com parcimônia e a preservação do contexto natural são os melhores remédios.
    Pesquisadores, cientistas, sociedade civil organizada, família, religiões, político, cada uma de nós deveríamos contribuir para o desenvolvimento ambiental, adotando posturas equilibradas, beneficiando o mutualismo entre as espécies.
    Por fim cabe a pergunta: quando a soberba humana extinguir-se-á? Com a extinção de sua espécie.

    ResponderExcluir
  2. Até concordo com a falta de consciência ambiental de nossa população, porem por outro lado se trata da saúde de cada um de nós.
    É claro que outras populações no caso as dos mosquitos merecem viver, mas consequentemente não prejudicando outras populações.

    ResponderExcluir