Tratamento foi
capaz de regenerar 40% de tecido danificado por infarto.
Resultado traz
esperança de que estratégia possa ser usada em humanos.
Cientista Charles Murry
mostra um recipiente com células cardíacas derivadas de células-tronco humanas
em seu laboratório (Foto: Clare McLean/University of Washington/Divulgação)
Células de fibras musculares
cardíacas produzidas a partir de células-tronco embrionárias humanas foram
capazes de estimular a recuperação de corações infartados de macacos. Esse
resultado, descrito em um artigo publicado nesta quarta-feira (30) na revista
científica “Nature”, representa uma esperança de que uma estratégia semelhante
possa ser bem sucedida também em humanos.
Até então, o método havia sido
testado com sucesso apenas em mamíferos menores, como camundongos e ratos.
“Antes deste estudo, não se sabia se era possível produzir um número suficiente
dessas células e usá-las para regenerar músculo cardíaco danificado em um
animal grande, cujo coração tem tamanho e fisiologia similares aos dos
humanos”, diz o cientista Charles Murry, professor de patologia e bioengenharia
da Universidade de Washington e um dos autores da pesquisa.
Para testar a terapia, Murry e sua
equipe induziram um tipo de infarto no coração de sete macacos, bloqueando a
artéria coronária dos animais por 90 minutos. Os animais estavam anestesiados
durante o processo. Duas semanas após o infarto induzido, os pesquisadores
injetaram no coração de cada macaco um bilhão de células musculares cardíacas
derivadas de células-tronco embrionárias humanas. Todos tinham recebido terapia
imunossupressora para evitar a rejeição das células humanas transplantadas.
Imagem mostra enxerto de células
cardíacas derivadas das células-tronco humanas (em verde)
entrelaçadas com as células cardíacas do primata (em vermelho) (Foto: Murry Lab/Universidade de
Washington/Divulgação)
entrelaçadas com as células cardíacas do primata (em vermelho) (Foto: Murry Lab/Universidade de
Washington/Divulgação)
O resultado foi que as células
injetadas se integraram ao tecido danificado pelo infarto e começaram a
apresentar batimentos em sincronia com as células cardíacas do animal. O
tratamento conseguiu, em média, uma regeneração de 40% do tecido cardíaco
danificado. Em alguns dos macacos, a estratégia resultou em uma maior
capacidade de bombear sangue. Foi verificado também que vasos sanguíneos
cresceram através do tecido cardíaco novo, derivado das células humanas.
“Os resultados mostram que nós
podemos agora produzir o número de células necessário para terapia humana e
obter a formação de músculo cardíaco novo em uma escala que é relevante para
melhorar a função do coração humano”, disse o pesquisador Michael Laflamme,
também professor da Universidade de Washington.
Os próximos objetivos da pesquisa
serão reduzir o risco de arritmias – observadas nos macacos estudados – e
demonstrar definitivamente que o tratamento com células-tronco é capaz de
aumentar a capacidade de bombeamento do coração.
Fonte: Programa Bem Estar
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