segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Pterossauros gigantes X Aeronaves modernas

Há 144 milhões de anos atrás, durante o Período Cretáceo da era Mezozóica, um réptil com 250 quilos e 10 metros de envergadura cruzava os céus deste planeta. Era um pterossauro do gênero Quetzacoatlus
Esqueleto de Quetzacoatlus. Fonte: Wikemedia.Commons. 

Estes animais eram do tamanho de aviões de caça modernos, foram os maiores animais voadores que existiram e ostentaram anatomia diferente de qualquer pássaro ou morcego. Isto os torna um modelo exclusivo para estudar a mecânica de voo. E de fato, a modelagem do voo dos pterossauros, feita a partir de princípios físicos, anatomia e registros fósseis, despertou o interesse da NASA e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Entre os aspectos que possuem potencial para inovação estão:
·                Asas que mudam de forma. Em cada asa um dedo longo sustenta a membrana. Quando o pterossauro voa, os dedos dobram para cima com a força da batida para baixo e quando a asa sobe o dedo volta espontaneamente para posição original. Este retorno poupa uma quantidade de energia significativa. O sistema tem sido estudado para aplicação em aeronaves e para quedas, particularmente em sistemas de voo com asas convexas.
·                Sistemas de lançamento rápido. Ao contrário dos aviões atuais, pterossauros grandes não precisavam de pistas de decolagem. Eles eram especialistas em decolagens verticais, uma façanha que é impossível ou extremamente ineficiente para aeronaves de hoje. Ossos fortes, porém leves e ocos, permitiam a utilização dos quatro membros, ambos os pés e asas, para empurrar poderosamente contra o chão. Essa ação permitia-lhes gerar mais velocidade em uma distância curta enquanto entravam em voo. O projeto de aeronaves com sistemas fisicamente análogos que permitiriam um lançamento vertical com baixo consumo energético tem sido investigado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
·                Tendas de baixa vibração. Para voar os pterossauros mantinham suas asas uniformemente esticadas. As asas eram formadas por fibras longas e grossas atravessadas por fibras menores que controlavam o quanto as asas vibravam. As fibras se movem independentemente sobre a alta pressão do ar e a frequência das vibrações se cancelam, desta forma, as asas se mantinham estáveis. A mesma tecnologia pode ser utilizada para reduzir a vibração do tecido e consequentemente o ruído produzido dentro de barracas utilizadas em condições de ventos com altas velocidades.

É fascinante como uma biotecnologia de milhões de anos atrás pode ser desvendada e servir de inspiração para o desenvolvimento de inovações tecnológicas atuais. 


Texto adaptado de: SNEED, A. Giant Pterosaurs Serve as Aircraft Inspiration. Jul 15, 2014. Disponível em: <http://www.scientificamerican.com/article/giant-pterosaurs-serve-as-aircraft-inspiration> Acesso: 11/08/2014.



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