Há 144 milhões
de anos atrás, durante o Período Cretáceo da era Mezozóica, um réptil com 250
quilos e 10 metros de envergadura cruzava os céus deste planeta. Era um
pterossauro do gênero Quetzacoatlus.
Esqueleto de Quetzacoatlus. Fonte: Wikemedia.Commons. |
Estes
animais eram do tamanho de aviões de caça modernos, foram os maiores animais
voadores que existiram e ostentaram anatomia diferente de qualquer pássaro ou
morcego. Isto os torna um modelo exclusivo para estudar a mecânica de voo. E de
fato, a modelagem do voo dos pterossauros, feita a partir de princípios físicos,
anatomia e registros fósseis, despertou o interesse da NASA e do Departamento
de Defesa dos Estados Unidos. Entre os aspectos que possuem potencial para
inovação estão:
·
Asas que mudam de forma. Em cada asa um dedo
longo sustenta a membrana. Quando o pterossauro voa, os dedos dobram para cima com
a força da batida para baixo e quando a asa sobe o dedo volta espontaneamente
para posição original. Este retorno poupa uma quantidade de energia
significativa. O sistema tem sido estudado para aplicação em aeronaves e para
quedas, particularmente em sistemas de voo com asas convexas.
·
Sistemas de lançamento rápido. Ao contrário dos
aviões atuais, pterossauros grandes não precisavam de pistas de decolagem. Eles eram especialistas em decolagens
verticais, uma façanha que é impossível ou extremamente ineficiente para
aeronaves de hoje. Ossos fortes, porém leves e ocos, permitiam a utilização dos
quatro membros, ambos os pés e asas, para empurrar poderosamente contra o chão.
Essa ação permitia-lhes gerar mais velocidade em uma distância curta enquanto
entravam em voo. O projeto de aeronaves com sistemas fisicamente análogos que
permitiriam um lançamento vertical com baixo consumo energético tem sido
investigado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
·
Tendas
de baixa vibração. Para voar os pterossauros mantinham suas asas uniformemente esticadas.
As asas eram formadas por fibras longas e grossas atravessadas por fibras
menores que controlavam o quanto as asas vibravam. As fibras se movem independentemente
sobre a alta pressão do ar e a frequência das vibrações se cancelam, desta
forma, as asas se mantinham estáveis. A mesma tecnologia pode ser utilizada
para reduzir a vibração do tecido e consequentemente o ruído produzido dentro de
barracas utilizadas em condições de ventos com altas velocidades.
É fascinante como uma biotecnologia de milhões de anos atrás pode ser desvendada e servir de inspiração para o desenvolvimento de inovações tecnológicas atuais.
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