Durante um estudo na sequência de um surto de pneumonia no ano de 1992 em Bradford, Inglaterra, foi identificado e descoberto os representantes do gênero Mimivírus (simplificação de Microbe Mimicking virus - Micróbio imitando vírus). A partícula viral foi obtida a partir de uma reservatório de água (torre de resfriamento), crescendo em células de amebas (Acanthamoeba polyphaga) que, devido seu tamanho, forma e após uma coloração de Gram -
técnica que se utiliza para diferenciar as bactérias, foi classificado como um pequeno cocos Gram-positivos (Bradfordcoccus). Dez anos depois Scola et al. (2003) publicou um artigo identificando que esse microrganismo como um vírus.
Curiosidade! O mimivírus pode ser observado em um microscópio óptico convencional, enquanto a maior parte dos vírus só pode ser visualizada em microscópios de elétrons. Após a descoberta desta linhagem de vírus, original da ameba Acanthamoeba polyphaga mimivirus (APMV, figura 1), Scola et al. (2008) enfatiza a necessidade de rever a virologia no contexto ecológico: "a verdadeira natureza do maior vírus conhecido até à data desafiou a definição de um vírus e levou à ideia de que os vírus gigantes podem ser uma parte pouco caracterizada da biosfera".
Vírus são partículas orgânicas acelulares, parasitas obrigatórios de Eukarya, Archaea e Bacteria. Correto? Essa afirmativa era verdadeira até pouco tem, pois, incrivelmente, associado aos mimivirus foi descoberto um vírus capaz de contaminar o mimivírus (Raoult & Forterre, 2008) para obter os genes dos atacados conseguindo assim evoluir geneticamente. Ou seja, a natureza mais uma vez surpreendeu-nos ao controlar a dinâmica populacional de vírus com os chamados virófago. O primeiro virófago detectado é conhecido como Sputnik (satélite em russo), uma analogia por estar associado um vírus infectando uma célula.
Os vírus gigantes também estão presentes no Brasil. A equipe do prof. Scola em parceria com pesquisadores da UFMG publicaram este ano, na revista Virology Journal, a caracterização geral do Sambavírus (SMBV) e de sua associação, ou virógafo, Rio Negro vírus (Campos et al., 2014). Descoberto na região amazônica (figura 2). O genoma do SMBV tem um teor de GC de 27,0% e é de cerca de 50.000 pares de bases maiores do que o genoma de APMV, possui um total de 938 ORFs (sequências codificantes) grelhas de leitura aberta, que variam em tamanho de 150-8835 pb. (figura 3). Mais informações sobre o Sambavírus, leia no Portal EBC.
A complexidade viral está cada vez maior. Os Mimivírus possuem um genoma "gigantesco" que lhe proporciona a apresentar um estrutura morfológica exclusiva de poucos vírus, o grupo dos grandes vírus DNA nucleo-citoplamático (Nucleo-cytoplasmic large DNA viruses, NCLDV). Os NCLDV, representado pelas famílias virais Phycodnaviridae, Poxviridae, Asfarviridae, Ascoviridae, Iridoviridae e Mimiviridae, replica-se exclusivamente no citoplasma das células hospedeiras ou começar seu ciclo de vida no núcleo anfitrião, em seguida, preenchê-se no citoplasma (Iyer, Aravind, Koonin, 2001).
Por fim e de acordo com Yamada (2011), a taxonomia e sistemática viral está sendo forçado a uma revisão e novas discussões sobre a evolução e origem dos vírus, bem como a diferenciação entre os vírus e organismos vivos.
____________________________________________________________________Curiosidade! O mimivírus pode ser observado em um microscópio óptico convencional, enquanto a maior parte dos vírus só pode ser visualizada em microscópios de elétrons. Após a descoberta desta linhagem de vírus, original da ameba Acanthamoeba polyphaga mimivirus (APMV, figura 1), Scola et al. (2008) enfatiza a necessidade de rever a virologia no contexto ecológico: "a verdadeira natureza do maior vírus conhecido até à data desafiou a definição de um vírus e levou à ideia de que os vírus gigantes podem ser uma parte pouco caracterizada da biosfera".
Figura 1. Sequência de imagens da partícula de Acanthamoeba polyphaga mimivirus (APMV). (A) APMV isolado; (B) APMV associado ao corpo celular; (C) APMV ligado a extensões celulares; (D) e (E) de recuo do copo como formada na superfície da célula e de grandes extensões celulares de partida para abraçar APMV; (F) APMV envolvido pela célula; (G) Vesícula endocítica a superfície lisa contendo APMV; (H) contendo APMV vesícula mais profundo no citoplasma; (I) APMV contendo vesículas que ocasionalmente fundidos uns com os outros. Disponível em <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Electron_microscopic_images_of_internalization_of_Acanthamoeba_Polyphaga_Mimivirus_-_journal.ppat.1000087.g007.png> Acesso em 07.06.2014. |
Os vírus gigantes também estão presentes no Brasil. A equipe do prof. Scola em parceria com pesquisadores da UFMG publicaram este ano, na revista Virology Journal, a caracterização geral do Sambavírus (SMBV) e de sua associação, ou virógafo, Rio Negro vírus (Campos et al., 2014). Descoberto na região amazônica (figura 2). O genoma do SMBV tem um teor de GC de 27,0% e é de cerca de 50.000 pares de bases maiores do que o genoma de APMV, possui um total de 938 ORFs (sequências codificantes) grelhas de leitura aberta, que variam em tamanho de 150-8835 pb. (figura 3). Mais informações sobre o Sambavírus, leia no Portal EBC.
Figura 2. Localização das coleções caracterizada. Amostras de água foram coletadas a partir do Rio Negro, que está localizado na Amazônia brasileira. (Campos et al. 2014). |
A complexidade viral está cada vez maior. Os Mimivírus possuem um genoma "gigantesco" que lhe proporciona a apresentar um estrutura morfológica exclusiva de poucos vírus, o grupo dos grandes vírus DNA nucleo-citoplamático (Nucleo-cytoplasmic large DNA viruses, NCLDV). Os NCLDV, representado pelas famílias virais Phycodnaviridae, Poxviridae, Asfarviridae, Ascoviridae, Iridoviridae e Mimiviridae, replica-se exclusivamente no citoplasma das células hospedeiras ou começar seu ciclo de vida no núcleo anfitrião, em seguida, preenchê-se no citoplasma (Iyer, Aravind, Koonin, 2001).
Por fim e de acordo com Yamada (2011), a taxonomia e sistemática viral está sendo forçado a uma revisão e novas discussões sobre a evolução e origem dos vírus, bem como a diferenciação entre os vírus e organismos vivos.
B. La Scola, S. Audic, C. Robert, L. Jungang, X. de Lamballerie, M. Drancourt, R. Birtles, J.M. Claverie, D. Raoult. A giant virus in amoebae. Science, (2003), 299 (5615):2033.
B. La Scola, C. Desnues, I. Pagnier, C. Robert, L. Barrassi, G. Fournous, M. Merchat, M. Suzan-Monti, P. Forterre, E. Koonin et al. The virophage as a unique parasite of the giant mimivirus. Nature, 455 (2008), p.100-104.
D. Raoult & P. Forterre. Redefining viruses: lessons from Mimivirus. Nature Rev. Microbiol. 6, (2008), p.315-319.
L.M. Iyer, L. Aravind, E.V. Koonin. Common origin of four diverse families of large eukaryotic DNA viruses. J Virol, (2001), 75:11720-12134.
R.K. Campos, P.V. Boratto, F.L. Assis, E.R.G.R. Aguiar, L.C.F. Silva, D. Albarnaz, F.P. Dornas, G.S. Trindade, P.P. Ferreira, J.T. Marques et al. Samba virus: a novel mimivirus from a giant rain forest, the Brazilian Amazon. J Virol, (2014), 11:95.
T. Yamada. Giant viruses in the environment: their origins and evolution. Curr Opin Virol (2011), 1:1-5.
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